Governo consolida mudanças importantes no Cadastro Único. Entenda os principais pontos
Alterações no sistema têm como principal foco a identificação de fraudes.
O Cadastro Único é o principal sistema utilizado pelo governo federal para gerenciar e consolidar as informações das famílias que são consideradas como de baixa renda no Brasil. A partir dos dados centralizados em um sistema único, o governo consegue direcionar os necessitados para os mais variados programas de assistência social, de acordo com o seu perfil.
No ano de 2024, foram anunciadas algumas mudanças na forma como esses dados são inseridos e administrados no sistema de uma forma geral. Grande parte das alterações é interna e está relacionada à forma como os profissionais trabalham no sistema. Mas muitas delas podem ter um impacto que poderá ser sentido na ponta final, ou seja, nos beneficiários.
De acordo com as informações divulgadas pelos responsáveis pelo sistema no governo federal, o foco é a busca por fraudes envolvendo pessoas que recebem auxílios, especialmente o Bolsa Família. Somente neste ano de 2025, já foram cancelados 4,1 milhões de benefícios devido a fraudes ou irregularidades identificadas nos programas Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC). O número foi revelado durante um evento sobre a atuação do governo na área social.
Os valores que serão economizados pelo governo com essas fraudes identificadas são de R$ 8,4 bilhões a cada milhão de fraudes detectadas. Já no caso do BPC, a cada milhão em fraudes, o prejuízo foi de R$ 17 bilhões de recursos públicos.
O que está mudando no Cadastro Único?
O sistema que mantém todos os dados das pessoas e das famílias que são consideradas de baixa renda conta com 71,7 milhões de pessoas cadastradas. As mudanças que estão sendo feitas na plataforma, além de conseguir identificar, de uma forma mais eficiente, as fraudes, também pretendem tornar o atendimento mais ágil para os cidadãos.
Os operadores do sistema vão conseguir sentir na prática o resultado dessas mudanças. De acordo com os responsáveis pelas alterações, eles terão que gastar menos tempo digitando dados e informações, o que vai acabar tornando o processo muito mais fácil.
Dentre as principais mudanças que foram feitas no sistema estão as seguintes:
- O CPF passará a ser considerado como a principal chave de identificação das pessoas dentro do Cadastro Único. Com isso, a partir do CPF os operadores poderão buscar também os dados das famílias, uma vez que o CPF seja da pessoa considerada responsável pelos demais inscritos. A partir disso, será possível integrar o CadÚnico com a Carteira de Identidade Nacional e outras bases biométricas, reforçando a segurança do sistema.
- A disponibilização para os operadores de um novo portal de gestão do CadÚnico que vai automatizar o preenchimento das diversas informações das famílias, reduzindo os erros e tornando o atendimento na rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) mais ágil.
- Maior agilidade no sistema que consegue integrar os dados das famílias com os mais variados bancos de dados do governo e que também são utilizados. A expectativa é de reduzir para poucos dias um processo que antes demorava de dois a três meses.
- A partir da integração que acontece de uma forma mais fácil com diferentes bancos de dados, o operador conseguirá ter acesso imediato a uma série de dados dos contribuintes, bastando informar o seu CPF. Dentre os sistemas consultados estão os de óbitos e nascimentos, o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), a Receita Federal, a Previdência Social, dentre outras.
- Dentro da mesma plataforma na qual está disponível o sistema, os operadores poderão ter acesso a uma série de cursos que vão garantir a formação contínua dessas pessoas. Com isso, a expectativa é de que todos os profissionais envolvidos diretamente no processo de cadastro estejam qualificados para utilizar a ferramenta da melhor forma possível.
- Dentro do novo sistema também estará prevista uma nova plataforma de gestão de riscos e monitoramento, que terá como principal objetivo evitar fraudes cibernéticas e outros tipos de irregularidades que possam vir a acontecer no momento do cadastro e também nas futuras análises feitas e atualizações cadastrais.
- Municípios terão acesso a uma plataforma de relatórios analíticos, otimizando a gestão e o planejamento de políticas públicas.
- O formulário do Cadastro Único poderá ser acessado offline em dispositivos móveis (tablets e celulares), permitindo coleta de dados em áreas sem internet.
- O entrevistador social poderá transferir os dados diretamente para o portal, sem precisar transcrever respostas do formulário impresso.
- Os formulários em papel continuarão disponíveis, caso necessário, para inscrição e atualização de dados das famílias.
O que muda para os beneficiários?
Para as pessoas que vão realizar o seu primeiro cadastro no sistema ou ainda para quem está precisando fazer alguma atualização, espera-se maior agilidade no procedimento como um todo.
